Guia Estudo: O melhor guia de Conteúdos Escolares
1822
Resumos de Livros
Conteúdos Escolares » Resumos de Livros » 1822
Postado por o_autor2019 em 19/06/2019 e atualizado pela última vez em 28/09/2020
“1822” é a segunda obra da trilogia escrita por Laurentino Gomes, na qual o autor conta todo o processo histórico da Independência do Brasil, contrapondo o mito do esplendor criado acerca do ato da proclamação da República. Os livros de Laurentino foram escritos com o objetivo de apresentar a história do Brasil de uma perspectiva diferente dos livros educacionais.
Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado.
Após fazer a limpa nos cofres brasileiros, Dom João e a família real retornaram a Portugal, deixando seu filho, o príncipe Pedro de Alcântara, como regente do Reino do Brasil.
No entanto, os membros das Cortes Portuguesas não mostravam respeito para com o príncipe-regente no Brasil e há tempos encorajavam o retorno de D. Pedro I a Portugal, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a presença do príncipe impedia este ideal.
Dom Pedro I do Brasil (D. Pedro IV de Portugal) não acatou as determinações feitas pela Coroa Portuguesa, negando ao chamado para retornar a capital portuguesa, afirmando que ficaria no Brasil.
“Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico”.
Após o dia conhecido como Dia do Fico, Pedro I tomou uma série de medidas que desagradaram a metrópole com o objetivo de preparar o país para o processo de independência, entre elas:
Assim, o realizar uma viagem a Minas Gerais e a São Paulo para assegurar a lealdade à causa brasileira, sua esposa Imperatriz Leopoldina assumiu a regência do país.
Diante das exigências para que ambos retornassem a Lisboa, Leopoldina convocou uma sessão extraordinária do Conselho de Estado decidindo pela separação definitiva entre os Reinos Brasil e Portugal.
Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal, informado que as Cortes tinham anulado todos os atos do gabinete de José Bonifácio e removido o restante de poder que ele ainda tinha.
Estas notícias chegaram as mãos de Dom Pedro I quando ele viajava de Santos para São Paulo. Diante desta situação, próximo ao riacho do Ipiranga, levantou sua espada e deu o grito histórico: “Independência ou Morte!“.
Este fato ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do Brasil. No livro “1822”, Laurentino busca apresentar o cenário real deste acontecimento, desconstruindo o mito que cerca o ato da proclamação da Independência.
O livro afirma que a cena não foi tão pomposa da forma que é descrita nos livros de história. Quando declarou a independência, Dom Pedro não estava montado em um belo cavalo, vestido com pompa, mas sim em trajes cobertos de lama, montado em uma mula - meio de transporte utilizado para transporte de cargas nas regiões remotas do país.
E segundo o autor, foi assim que teve começou a se formar um Brasil independente, que tinha tudo para dar errado, devido ao alto número de escravos, analfabetos e, principalmente, pela imensidão do território.
Outro mito que envolve o episódio, é a propagação de que a independência brasileira foi pacifica. Apesar de boa parte do país aceitar e comemorar o grande feito de D. Pedro I, em algumas províncias, principalmente na região nordeste, ocorreram manifestações e revoltas, organizadas por portugueses, que não queriam a ruptura com Portugal.
A obra também aborda a movimentada vida amorosa do imperador do Brasil. Apesar de ser casado com Imperatriz Leopoldina, Dom Pedro mantinhas diversas aventuras extraconjugais, resultando no nascimento de vários filhos bastardos, parte que era desconhecida para a maioria das pessoas.
Contudo, Pedro tinha uma amante “pública”, responsável por grandes escândalos envolvendo a família real brasileira. Além de ser nomeada como dama de companhia da imperatriz, Domitila era mãe de uma filha bastarda do imperador.
Tais acontecimentos foram responsáveis pelo abalo moral e psicologicamente de Leopoldina, que logo veio a falecer. Com a morte da imperatriz Leopoldina, Dom Pedro I sentiu-se culpado e abandonou a relação com Domitila de Castro.
Mais tarde, casou-se com Amélia Augusta Eugênia Napoleona, que tornou-se a segunda Imperatriz brasileira, com quem permaneceu até o fim de sua vida.
Apesar de revelar um personagem promíscuo, “1822” apresenta um cenário mais real e uma figura mais humanizada do responsável pelas mudanças que ocorreram no Brasil e, mais tarde, em Portugal, quando retornou para disputar a coroa com seu irmão D. Miguel.
Publicado em 2010, a obra é fruto de um intenso trabalho de reportagem, pesquisas e estudos do escritor e jornalista brasileiro Laurentino Gomes, que construir um mosaico de toda história entre Brasil e Portugal.
No ano de sua independência, o Brasil tinha, de fato, tudo para dar errado. De cada três brasileiros, dois eram escravos, negros forros, mulatos, índios ou mestiços. Era uma população pobre e carente de tudo, que vivia à margem de qualquer oportunidade em uma economia agrária e rudimentar, dominada pelo latifúndio e pelo tráfico negreiro. O medo de uma rebelião dos cativos assombrava a minoria branca. O analfabetismo era geral. De cada dez pessoas, só uma sabia ler e escrever. Os ricos eram poucos e, com raras exceções, ignorantes. O isolamento e as rivalidades entre as províncias prenunciavam uma guerra civil, que poderia resultar na divisão do território, a exemplo do que já ocorria nas vizinhas colônias espanholas. Para piorar a situação, ao voltar a Portugal, em 1821 — depois de 13 anos de permanência no Rio de Janeiro —, o rei D. João VI havia raspado os cofres nacionais. O novo país nascia falido. Faltavam dinheiro, soldados, navios, armas e munição para sustentar a guerra contra os portugueses, que se prenunciava longa e sangrenta. As perspectivas de fracasso, portanto, pareciam bem maiores do que as de sucesso. Este livro procura explicar como o Brasil conseguiu manter a integridade do seu território e se firmar como nação independente por uma notável combinação de sorte, acaso, improvisação, e também de sabedoria de algumas lideranças incumbidas de conduzir os destinos do país naquele momento de grandes sonhos e perigos.
Laurentino Gomes produziu três títulos literários para desenvolver toda a história do Brasil. Os três livros do autor são intitulados com datas de fatos que marcaram a história. São eles:
, . 1822; Guia Estudo. Disponível em
< https://www.guiaestudo.com.br/1822 >. Acesso em 01 de setembro de 2021 às 00:03.