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Iracema
Resumos de Livros
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Postado por o_autor2019 em 24/10/2018 e atualizado pela última vez em 28/09/2020
A história da obra “Iracema” tem início durante uma caçada do personagem Martim. Ele se perde dos companheiros pitiguaras e caminha sem rumo durante três dias até chegar ao campo dos tabajaras.
Neste momento se depara com Iracema, que assustada e amedrontada com a presença de um homem branco em suas terras, o acerta com uma flechada certeira. Imediatamente arrependida da sua atitude, a jovem índia lhe presta socorro e oferece hospitalidade em sua tribo, a Tabajara.
o acerta com uma flechada certeira.
Bem recebido na cabana de Araquém, pai de Iracema e chefe espiritual da tribo, Martim recebe proteção e diversas índias para servi-lo. Entretanto, o guerreiro branco era cristão e dispensou todo e qualquer prazer oferecido a mando do pagé.
Naquela noite, a tribo recebia Irapuã, o chefe guerreiro da tribo tabajaras, chegado para comandar as lutas contra a tribo inimiga. Aproveitando o isolamento, Martim decide ir embora na tentativa de reencontrar seus amigos.
Ao adentrar a mata, o guerreiro branco depara-se com Iracema que o questiona se lhe fizera algum mal para estar indo embora escondido. Desconcertado pela sua falta de educação, Martim pede desculpas e retorna a cabana.
Martim segue vivendo na tribo ao mesmo tempo em que cresce seu interesse pela virgem índia tabajara. Porém tal atitude não agrada a um dos guerreiros. Ele poderia ter se apaixonado por qualquer índia da tribo, porém sua escolhida foi Iracema, o que gera ciúmes em Irapuã.
Martim segue vivendo na tribo ao mesmo tempo em que cresce seu interesse pela virgem índia tabajara.
O coração aqui no peito de Irapuã ficou tigre. Pulou de raiva. Veio farejando a presa. O estrangeiro está no bosque, e Iracema o acompanhava. Quero beber-lhe o sangue todo: quando o sangue do guerreiro branco correr nas veias do chefe tabajara, talvez o ame a filha de Araquém.
Este é o início da história de um amor proibido entre a índia e o guerreiro branco. Iracema não pode ser mulher de Martim pois deve permanecer virgem para ser a guardiã do segredo da Jurema e o mistério do sonho, um ritual muito sagrado da sua tribo.
Entretanto, também apaixonada por Martim, Iracema lhe oferece uma bebida alucinógena e rende-se a sua paixão, traindo o compromisso da virgindade. Após a consumação do ato, Martim quer ir embora ciente que corre risco de vida por desvirtuar a índia guardiã.
Quando veio a manhã, ainda achou Iracema ali debruçada, como uma “borboleta que dormiu no seio do formoso cacto”. Em seu lindo semblante acendia o pejo vivos rubores; e como entre os arrebóis da manhã cintila o primeiro raio do Sol, em suas faces incendidas rutilava o primeiro sorriso da esposa, aurora de fruído amor. Martim vendo a virgem unida ao seu coração, cuidou que o sonho continuava; cerrou os olhos para torná-los a abrir.
No entanto Iracema não podia mais voltar a cabana de seu pai, então declara: “Tua escrava te acompanhará, guerreiro branco; porque teu sangue dorme em seu seio”. Sendo assim, o casal foge da aldeia rumo ao litoral acompanhados de Poti, amigo de Martim e guerreiro pitiguaras, tribo inimiga dos tabajaras.
Ao se darem conta do ocorrido, Irapuã e Caubi perseguem o casal, declarando guerra a tribo inimiga. No caminho, os guerreiros tabajaras encontram os pitiguaras e travam uma sangrenta batalha.
Os olhos de Iracema, estendidos pela floresta, viram o chão juncado de cadáveres de seus irmãos; e longe o bando dos guerreiros tabajaras que fugia em nuvem negra de pó. Aquele sangue que enrubescia a terra era o mesmo sangue brioso que lhe ardia nas faces de vergonha.
A fuga termina em uma praia deserta, local onde o casal constrói uma cabana para permanecerem juntos. Após um tempo, os franceses aliam-se aos tabajaras e decidem realizar outra batalha com a tribo inimiga.
Desta forma, Martim e Poti vão guerrear e Iracema fica sozinha na cabana, grávida. Triste, a índia prevê sua morta após o parto. Iracema dá a luz a um menino a quem chama de Moacir.
Martim e Poti vão guerrear e Iracema fica sozinha na cabana, grávida. Triste, a índia prevê sua morta após o parto. Iracema dá a luz a um menino a quem chama de Moacir.
Iracema curte dor, como nunca sentiu; parece que lhe exaurem a vida, mas os seios vão-se intumescendo; apojaram afinal, e o leite, ainda rubro do sangue, de que se formou, esguicha. A feliz mãe arroja de si os cachorrinhos, e cheia de júbilo mata a fome ao filho. Ele é agora duas vezes filho de sua dor, nascido dela e também nutrido.
Moacir é considerado filho da dor e do sofrimento por ser fruto de uma relação que causou guerra entre as tribos e provocou inúmeras mortes dos “irmãos” tabajaras de Iracema. É o primeiro fruto da miscigenação do português e da índia
Martim já havia pressentido a tristeza da esposa. E como previu, Iracema morre nos braços do amado assim que ele retorna da guerra. É enterrada as margens de um rio que recebe o nome de Ceará, assim como toda terra a seu redor.
Era sempre com emoção que o esposo de Iracema revia as plagas onde fora tão feliz, e as verdes folhas a cuja sombra dormia a formosa tabajara.
Martim vai a Europa e durante a viagem o vento sopra o nome Iracema em seus ouvidos. Volta trazendo padres e guerreiros e implanta a fé cristã nas terras brasileira. Este é o começo da colonização portuguesa.
Afinal volta Martim de novo às terras, que foram de sua felicidade, e são agora de amarga saudade. Quando seu pé sentiu o calor das brancas areias, derramou-se por todo seu ser um fogo ardente, que lhe requeimou o coração: era o fogo das recordações acesas. (…) Muitos guerreiros de sua raça acompanharam o chefe branco, para fundar com ele a mairi dos cristãos. Veio também um sacerdote de sua religião, de negras vestes, para plantar a cruz na terra selvagem.
Publicada em 1865, a obra de estilo romance Indianista tem sua narrativa construída em cima da história de Iracema e Martim. A obra de José de Alencar é a manifestação da cultura indígena brasileira e a romanização do processo de colonização do Ceará que se deu em 1606.
A relação entre os personagens principais representa a união entre o branco colonizador e o índio. Retrata a cultura europeia, civilizada, e os indígenas, com a valorização do exótico como nossa fauna e flora.
A índia Iracema simboliza a figura local, definida por seu traços físicos comparados aos elementos da natureza.
O título Iracema é um jogo de letras com a palavra América, logo a personagem principal representa o nosso continente. Já Martim tem o nome que remete a marte, o Deus da guerra, e representa a Europa. Sendo assim, podemos dizer que Martim veio trazer a guerra para Iracema, ou para a América.
A obra o modelo do romantismo, em que um casal apaixonado vive um amor proibido e um antagonista tenta separá-los. Apesar da obra ter sido escrita para idealizar o índio brasileiro, Martin, o europeu, só se envolve de verdade com Iracema após tomar o vinho de Tupã, pois em suas condições naturais não se envolveria com ela por se achar de caráter superior correspondente a sua origem.
Martim Soares Moreno foi realmente o “fundador” do Ceará.
A obra cinematográfica “Iracema, a virgem dos lábios de mel”, foi lançada em 1979. Com direção de Carlos Coimbra, foi baseado na história de amor entre o soldado português Martin e a índia Iracema.
Faça o download do PDF do livro “Iracema”.
, . Iracema; Guia Estudo. Disponível em
< https://www.guiaestudo.com.br/iracema >. Acesso em 28 de setembro de 2020 às 12:05.