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Literatura de Cordel
Língua Portuguesa
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Postado por o_autor2019 em 01/03/2019 e atualizado pela última vez em 23/09/2020
A Literatura de Cordel, também conhecida como folheto, é uma manifestação cultural brasileira. Possui muito destaque em estados da Região Nordeste, como: Alagoas, Paraíba, Pará, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.
Esses folhetos eram vendidos em barbantes, cordas ou cordéis, e daí veio a denominação "Literatura de Cordel".
A Literatura de Cordel teve início no século XVI durante o período do Renascimento. Nesse período os tradicionais relatos feitos pelos travadores medievais começaram a ser impressos, e isso possibilitou a grande divulgação e a distribuição dos textos, que até então eram cantados.
Para os brasileiros, o cordel foi introduzido na colonização portuguesa. O termo, inclusive, foi publicado em 1881 no Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, também conhecido como Dicionário Caldas Aulete.
Na segunda metade do século XIX foram iniciadas as impressões dos folhetos brasileiros, com suas particularidades e características próprias. Os temas eram diversos como: fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas, temas religiosos, entre outros. Por muito tempo ela ficou conhecida como poesia popular brasileira.
poesia popular brasileira
As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) são alguns dos assuntos de cordéis que tiveram maior tiragem no passado.
O cordel é um gênero literário que se adequa a qualquer assunto da atualidade.
Além da oralidade na transmissão do conteúdo, a Literatura de Cordel é um gênero estruturado em versos. Confira outras características particulares:
Entre os principais autores desse tipo de gênero, podemos destacar:
A Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) foi criada com a intenção de manter a tradição da cultura do cordel.
Em 1988, foi instituída a primeira diretoria da instituição que continha apenas três membros. Atualmente, o órgão conta com mais de 40 membros, além de conter mais de mil livros, folhetos e pesquisas documentados.
Atualmente, o órgão conta com mais de 40 membros, além de conter mais de mil livros, folhetos e pesquisas documentados
Os poemas em cordel seguem regras de métrica e rima inescapáveis, sem elas não se faz um cordel. Confira alguns modelos:
Os poemas em cordel seguem regras de métrica e rima inescapáveis, sem elas não se faz um cordel.
Em sua maioria, os cordéis são escritos em seis versos (sextilha), cada verso contendo sete sílabas poéticas.
Impreterivelmente, o segundo, o quarto e o sexto versos devem rimar entre si. Confira o exemplo da primeira estrofe do cordel “O Pavão Misterioso”, de José Camelo de Melo Rezende:
1º Eu vou contar uma história 2º De um pavão misterioso 3º Que levantou vôo na Grécia 4º Com um rapaz corajoso 5º Raptando uma condessa 6º Filha de um conde orgulhoso.
Contendo sete versos, a setilha segue a seguinte rima: o segundo, quarto e o sétimo verso rimam entre si e o quinto e sexto têm uma segunda rima entre si.
A exemplo do cordel “As coisas do meu sertão”, do poeta Zé Bezerra de Carvalho.
1º Já falei de saudade 2º Tristeza e ingratidão 3º De amor e de prazer 4º E cantei de emoção 5º Quero agora cantar 6º E também quero falar 7º Das coisas do meu sertão.
Usada com mais frequência pelos repentistas, a décima é uma estrofe que contém dez versos com sete sílabas. Neles, as rimas são: o primeiro verso rima com o quarto e quinto, o segundo rima com terceiro, o sexto rima com o sétimo e décimo, e o oitavo rima com o nono.
Confira o exemplo do cordel “Distante lá do Sertão”, de Izaías Gomes de Assis.
1º Se eu morrer neste lugar 2º Cessando aqui minha lida 3º Lá do outro lado da vida 4º Do Sertão hei de lembrar 5º E se Deus me castigar 6º Será branda a punição 7º Pois ele dirá então: 8º – Pior castigo foi ser 9º Um sertanejo e viver 10º Distante lá do Sertão.
Muito comum em desafios, o martelo agalopado é uma modalidade antiga na literatura de cordel.
Inspiração do professor Jaime Pedro Martelo (1665 – 1727), as martelianas não tinham, como o nosso martelo agalopado, compromisso com o número de versos para a composição das estrofes. Alongava-se com rimas pares, até completar o sentido desejado. Como exemplo, vejamos estes alexandrinos:
“Visitando Deus a Adão no Paraíso achou-o triste por viver no abandono, fê-lo dormir logo um pesado sono e lhe arrancou uma costela, de improviso estando fresca ficou Deus indeciso e a pôs ao Sol para secar um momento mas por causa, talvez dum esquecimento chegou um cachorro e a carregou, nessa hora furioso Deus ficou com a grande ousadia do animal que lhe furtara o bom material feito para a construção da mulher, estou certo, acredite quem quiser eu não sou mentiroso nem vilão, nessa hora correu Deus atrás do cão e não podendo alcançar-lhe e dá-lhe cabo cortou-lhe simplesmente o meio rabo e enquanto Adão estava na trevas Deus pegou o rabo do cão e fez a Eva.”
, . Literatura de Cordel; Guia Estudo. Disponível em
< https://www.guiaestudo.com.br/literatura-de-cordel >. Acesso em 23 de setembro de 2020 às 20:49.
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