Guia Estudo: O melhor guia de Conteúdos Escolares
Memórias de um Sargento de Milícias
Resumos de Livros
Conteúdos Escolares » Resumos de Livros » Memórias de um Sargento de Milícias
Postado por o_autor2019 em 26/11/2018 e atualizado pela última vez em 28/09/2020
A obra “Memórias de um Sargento de Milícias” tem início com o romance entre Leonardo Pataca e Maria das Hortaliças. Eles se conhecem em um navio saindo de Portugal em direção ao Rio de Janeiro.
Como forma de paquera, Pataca e Maria trocam “pisadelas” e beliscões”, no dia seguinte os dois já estavam de namoro que parecia de muito tempo.
Ao desembarcarem, Maria das Hortaliças começa a sentir enjoos, “efeito das pisadelas e dos beliscões”.
Sete meses depois teve a Maria um filho, formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito.
Então nasce o herói da história, o menino Leonardo. Batizado pela parteira e pelo barbeiro de defronte.
Desde que nasceu, Leonardo era um menino travesso. Quando bebê, chorava tão alto que atormentava os vizinhos, ao começar andar e falar quebrava e rasgava tudo que pegava.
Era, além de traquinas, guloso; quando não traquinava, comia.
Quando Leonardo completou 7 anos, seu pai começou a desconfiar da esposa. Há alguns meses tinha notado certa curiosidade de um sargento que passava muitas vezes por sua porta, olhando curiosamente para dentro.
Depois, começou a estranhar que um certo colega seu passou a lhe procurar para falar de trabalho em horários alternados.
Seguinte a isso, começou a encontrar, por diversas vezes perto de sua casa, o capitão de um navio que tinha vindo de Lisboa.
Certo dia, Pataca chegou em casa sem ser esperado, viu alguém saltar pela janela e desaparecer na rua. Então não lhe restou dúvidas, estava sendo traído. Perdeu as estribeiras e ficou cego de ciúmes.
Isto exasperou o Leonardo; a lembrança do amor aumentou-lhe a dor da traição, e o ciúme e a raiva de que se achava possuído transbordaram em socos sobre a Maria, que depois de uma tentativa inútil de resistência desatou a correr, a chorar e a gritar.
O compadre estava com cliente, não pôde ajudar. Já o menino assistia a briga dos pais na maior tranquilidade, ocupando-se de rasgar as folhas que seu pai trouxera do trabalho.
Enfurecido pelo ciúme e pela petulância do menino, Leonardo Pataca o suspendeu pelas orelhas, lhe deu um pé na bunda e jogou o menino longe.
Ao outro dia sabia-se por toda a vizinhança que a moça do Leonardo tinha fugido para Portugal com o capitão de um navio que partira na véspera de noite.
Após tamanha infelicidade, Leonardo abandona sua casa e seu filho. O padrinho, como havia prometido no dia anterior a Maria, ficou responsável por cuidar do menino que não deixara de aprontar.
O padrinho porém não se dava disto, e continuava a querer-lhe sempre muito bem. Gastava às vezes as noites em fazer castelos no ar a seu respeito; sonhava-lhe uma grande fortuna e uma elevada posição, e tratava de estudar os meios que o levassem a esse fim.
O padrinho, depois de muito pensar, decide que o menino deveria ir para Coimbra estudar. Certo dia, após ser comunicado que iria começar a frequentar a escola, o pequeno travesso segue a via-sacra da Igreja do Bom Jesus.
O padrinho, depois de muito pensar, decide que o menino deveria ir para Coimbra estudar.
O compadre passa a procurar o menino desaparecido, refaz todo o caminho da procissão, mas não o encontra. No fim das contas, o menino passou a noite em uma festa de ciganos.
Na época, os ciganos eram considerados pragas, gente ociosa e de poucos escrúpulos que traziam maus hábitos, esperteza e velhacaria.
Enquanto seu filho está sob os cuidados do padrinho, Leonardo apaixona-se por uma cigana que assim como Maria, envolvia-se com os oficiais que circulavam pela região e, por fim, também fugiu de casa.
Desta vez, Leonardo decidiu que não perderia sua amada e usaria qualquer meio para tê-la novamente. Assim sendo, recorreu à feitiçaria, prática proibida naquela época.
Ainda não havia polícia na cidade, mas um certo soldado mantinha as ordens na localidade e Leonardo foi preso, sendo solto logo em seguida.
O major Vidigal era o rei absoluto, o árbitro supremo de tudo que dizia respeito a esse ramo de administração; era o juiz que julgava e distribuía a pena, e ao mesmo tempo o guarda que dava caça aos criminosos; nas causas da sua imensa alçada não havia testemunhas, nem provas, nem razões, nem processo; ele resumia tudo em si; a sua justiça era infalível; não havia apelação das sentenças que dava, fazia o que queria, e ninguém lhe tomava contas.
Após ouvir uma fofoca acerca da família de Leonardo Pataca, a comadre vai em busca de notícias do afilhado. O compadre falou das qualidade do menino, que só ele via, e contou suas intenções a respeito do futuro do pequeno.
A comadre não concordou, não acreditava que o menino tinha vocação para padre, achava melhor que ele aprendesse uma profissão. Leonardo filho entra para a escola, porém continua endiabrado, leva palmatória da professora todos os dias.
O padrinho faz muito esforço para que o menino continue frequentando a escola, porém ele frequentemente foge. Começa uma amizade com um coroinha da igreja e pede ao padrinho para seguir a mesma atividade.
Começa uma amizade com um coroinha da igreja e pede ao padrinho para seguir a mesma atividade
O barbeiro acredita então que o futuro do afilhado está encaminhado. Entretanto, após mais uma vingança, desta vez contra o padre e mestre de cerimônias da paróquia, é expulso da igreja.
Com o passar do tempo, o menino foi sossegando, até que chegou a idade dos amores. Leonardo se apaixona por Luizinha, sobrinha de D. Maria e rica herdeira que desperta o interesse de José Manuel.
Leonardo estremeceu por dentro, e pediu ao céu que a lua fosse eterna; virando o rosto, viu sobre seus ombros aquela cabeça de menina iluminada pelo clarão pálido do misto que ardia, e ficou também por sua vez extasiado; pareceu-lhe então o rosto mais lindo que jamais vira, e admirou-se profundamente de que tivesse podido alguma vez rir-se dela e achá-la feia.
Apesar das tentativas da comadre de desqualificar o concorrente do afilhado, Manuel desmascara a madrinha, reverte a situação e se casa com a moça.
Posteriormente, o barbeiro falece e deixa sua herança para o afilhado. Leonardo volta a morar com o pai, que estava interessado na herança, porém após muitos desentendimentos com a madrasta, foge de casa.
Leonardo passa a morar na Rua da Vala, junto a um amigo de infância e mais um grupo de pessoas. Lá conhece Vidinha, com quem passa a se envolver e desperta ciúmes em outros rapazes do grupo.
Vidigal passa a perseguir Leonardo devido uma denúncia feita pelos rapazes. Leonardo consegue fugir após ser capturado por Vidigal, que jura vingar-se.
Com o intuito que o afilhado abandonasse a vadiagem, a madrinha lhe consegue um emprego na Ucharia Real, porém Leonardo envolve-se com a mulher do patrão e é despedido.
Vidigal aproveita a brecha e o prende. Obrigado pela polícia, Leonardo passa a servir ao exército. E, ao contrário do que pensava o soldado, Leonardo continua aprontando dentro do batalhão.
E, ao contrário do que pensava o soldado, Leonardo continua aprontando dentro do batalhão
Após revelar um plano de prisão arquitetado por Vidigal, Leonardo é preso e condenado a levar chibatadas. A comadre fica desesperada e pede ajuda a D. Maria que recorre a Maria Regalada.
A Maria-Regalada tinha por muito tempo resistido aos desejos ardentes que nutria o major de que ela viesse definitivamente morar em sua companhia.
As três vão até delegacia, choram e imploram a liberdade de Leonardo. Por fim, após Maria Regalada promete satisfazer a vontade de Major Vidigal, ele promete soltar Leonardo.
Major Vidigal não só o liberta como o promove a sargento.
Após a morte de José Manuel, que sofre um ataque ao descobrir a ação movida por D. Maria referente a herança da sobrinha, Luizinha e Leonardo retomam o namoro.
Os dois desejam se casar, contudo há uma dificuldade, sargento de linha não podia casar.
Só essa dificuldade demorava os dois. Entretanto o Leonardo achou um dia o salvatério, e veio comunicar a Luizinha o meio que tudo remediava: podia ficar ele sendo soldado e casar, dando baixa na tropa de linha, e passando-se no mesmo posto para as Milícias.
Major Vidigal foi o responsável pela baixa. Em uma semana nomeou Leonardo a Sargento de Milícias. Finalmente Leonardo e Luizinha se casam, em uma cerimônia assistida por toda família.
nomeou Leonardo a Sargento de Milícias
A obra “Memórias de um Sargento de Milícias” foi inicialmente publicada em folhetins do “Correio Mercantil do Rio de Janeiro”, entre os anos de 1852 e 1853. É a única obra literária de Manuel Antônio de Almeida e distancia-se do Romantismo.
É a única obra literária de Manuel Antônio de Almeida e distancia-se do Romantismo.
Apesar de se tratar de um romance, “Memórias de um Sargento de Milícias” não é marcado pelas características das obras deste gênero, que preservava a moral e os costume. Não apresenta, por exemplo, traços idealizados e sentimentalistas.
Não apresenta, por exemplo, traços idealizados e sentimentalistas
“Memórias de um Sargento de Milícias” é uma produção que foge dos padrões da época. Além de trazer o protagonista como uma espécie de anti-herói, um malandro carioca, incorpora a linguagem da classe popular.
linguagem da classe popular
O livro foi publicado em 1854 e apresenta um retrato do Brasil na época de Dom João VI, a influência do catolicismo e a oposição aos costumes da elite.
"um brasileiro
Faça o download do PDF do livro “Memórias de um Sargento de Milícias”
, . Memórias de um Sargento de Milícias; Guia Estudo. Disponível em
< https://www.guiaestudo.com.br/memorias-de-um-sargento-de-milicias >. Acesso em 29 de setembro de 2020 às 11:25.